Issue |
Silva Lusitana
Volume 31, Number 1, 2023
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Page(s) | 31 - 55 | |
DOI | https://doi.org/10.1051/silu/20233101031 | |
Published online | 26 July 2023 |
Proprietários florestais. Lógicas, dinâmicas e coordenação na gestão dos espaços florestais
Forest owners: Logics, dynamics and coordination of rural space management
Propriétaires forestiers: Logiques, dynamiques et coordination de la gestion des espaces ruraux
1
Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Tapada da Ajuda, 1349-017, Lisboa, Portugal
2
Centro de Estudos Florestais e Laboratório Associado Terra, Tapada da Ajuda, 1349-017, Lisboa, Portugal
3
Instituto de Investigação Agrária e Veterinária, Quinta do Marquês 2780-157 Oeiras
4
GREEN-IT Bioresources for Sustainability, ITQB NOVA, 2780-157 Oeiras
* Correspondência para o Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa, Portugal. E-mail: mjcanadas@isa.ulisboa.pt
A identificação das práticas de gestão dos espaços florestais pelos seus proprietários é fundamental para compreender a evolução das funções ambientais e socioeconómicas desses mesmos espaços.
Dos resultados de um conjunto de inquéritos a proprietários florestais, realizados em diferentes momentos e regiões, privilegiamos três vertentes de análise: a resposta de gestão dos proprietários ao risco de incêndio; a mudança e diversidade de práticas de gestão de eucaliptais; e a disponibilidade dos proprietários para a coordenação da gestão à escala da paisagem.
Nas conclusões destacamos, em primeiro, que a não realização de intervenções de redução de combustível não é sinónimo de não gestão ou abandono, e pode corresponder a uma estratégia de minimização do risco económico, quando o rendimento expectável não cobre o custo dessas intervenções. Em segundo, a alteração das condições gerais de produção e o aumento da diversidade dos povoamentos de eucalipto, que acompanhou a expansão de área, favorece a diferenciação da rentabilidade e o consequente aumento da carga combustível nas situações mais marginais. Por último, ainda que haja disponibilidade e até mobilização dos proprietários para a gestão coordenada, a sua implementação está dependente da continuidade de objetivos e apoios financeiros das políticas.
Abstract
The identification of the management practices followed by forest owners is essential to understand the evolution of the environmental and socioeconomic functions of rural and forest areas.
Based on the results of several surveys to forest owners, carried out at different times and regions, we focus on three perspectives of analysis: the management response of the owners to wildfire risk; the change and diversity of eucalyptus management practices; and the availability of forest owners to coordinate management at the landscape scale.
From the conclusions, we highlight, first, that not carrying out fuel reduction interventions is not synonymous with non-management or abandonment, and may correspond to a strategy to minimize the economic risk, when the expected return does not cover the cost of these interventions. Second, the change in the general conditions of production and the increase in the diversity of the eucalyptus stands, which accompanied the expansion of the area, favored the differentiation of profitability and the consequent increase in the fuel load in the most marginal situations. Finally, even if there is availability and even mobilization of the owners for coordinated management, its implementation depends on the continuity of objectives and financial support of the policies.
Résumé
Identifier les pratiques de gestion des espaces forestiers par leurs propriétaires est fondamental pour comprendre l'évolution des fonctions environnementales et socio- économiques de ces espaces.
A partir des résultats d'une série d'enquêtes auprès des propriétaires forestiers, réalisées à différents moments et dans différentes régions, trois dimensions d'analyse sont présentées: la réponse des propriétaires au risque d'incendie ; l'évolution et la diversité des pratiques de gestion des eucalyptus; et la disponibilité des propriétaires fonciers à la coordination de la gestion à l'échelle du paysage.
Nous avons conclu, en premier lieu, que la non-réalisation d'interventions de réduction de combustible n'est pas synonyme de non-gestion ou d'abandon, et peut correspondre à une stratégie de minimisation du risque économique, lorsque le rendement attendu ne couvre pas le coût de ces interventions. Deuxièmement, le changement des conditions générales de production et l'augmentation de la diversité des peuplements d'eucalyptus, qui a accompagné l'expansion de la superficie, ont favorisé la différenciation de la rentabilité et la croissance conséquente de la charge de combustible dans les situations les plus marginales. Enfin, même s'il y a disponibilité voire mobilisation des propriétaires pour une gestion coordonnée, sa mise en œuvre dépend de la continuité des objectifs et du soutien financier des politiques.
Palavras-chave: Risco de incêndio / Trabalho / Sistemas técnicos / Organizações de proprietários / Políticas
Key words: Wildfire risk / Labour / Technical systems / Owners' Organizations / Policies
Mots clés : Risque d'incendie / Travail / Systèmes techniques / Organisations de propriétaires; Politiques
© INIAV, Oeiras, Portugal 2023
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