A preservação de madeira: Estado atual do conhecimento

Wood preservation: Current state of knowledge

Préservation du bois : état actuel des connaissances

¹ Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P., Av. da República, 2780-159 Oeiras, Portugal
² Carmo Wood, S. A., Av. Marquês de Tomar 2, 1050-155 Lisboa, Portugal

^* E-mail: miguel.pestana@iniav.pt

Resumo

A madeira sofre deterioração, já que é um material natural. Esta deterioração dependerá do tempo e ao tipo de condições a que está exposta e, ainda, da espécie de madeira. Assim, a sua modificação - química, térmica, superficial ou impregnação - pode aumentar a durabilidade natural da madeira e, deste modo, melhorar as suas propriedades durante o seu ciclo de vida. Este novo material deverá, no final do ciclo de vida, não apresentar um perigo ambiental superior ao da madeira não tratada.

A maioria destas modificações baseiam-se na limitação ao acesso dos grupos hidroxilo (existentes sobretudo na celulose e hemiceluloses) e que são os principais responsáveis pela higroscopicidade da madeira, criando uma melhoria nas propriedades da madeira tratada.

Muito embora haja uma grande diversidade de agentes de degradação da madeira, o ataque por origem biológica assume grande importância, uma vez que este não depende apenas da sua presença, pois é necessária a existência de certas condições hidrotérmicas ambientais esta degradação, muito rebora a sua conservação esteja também associada à resistência natural da madeira ao ataque por agentes biológicos, e à sua impregnabilidade ou capacidade de receber tratamentos preservadores.

De entre os seres vivos, os fungos - fungos cromogéneos e fungos que originam diversos tipos de podridão - desempenham um papel importante na degradação da madeira, quando as condições temperatura e de oxigénio sejam propícias para o seu desenvolvimento.

Do mesmo modo, as térmitas subterrâneas - insetos xilófagos – são também agentes biológicos que causam estragos, não só pelo volume de material lenhoso deteriorado, mas também por atuarem no interior das peças de madeira.

Para além destas questões associadas á degradação da madeira, faz-se ainda uma resenha da evolução da preservação de madeira, ao longo dos tempos, particularizando-se também esta evolução em Portugal.

Abstract

Wood suffers from deterioration, as it is a natural material. This deterioration will depend on the time and type of conditions to which it is exposed, as well as the species of wood. Thus, its modification - chemical, thermal, superficial or impregnation - can increase the natural durability of wood and, therefore, improve its properties during its life cycle. This new material must, at the end of its life cycle, present no greater environmental danger than untreated wood.

Most of these modifications are based on limiting the access of hydroxyl groups (existing mainly in cellulose and hemicelluloses) and which are mainly responsible for the hygroscopicity of wood, creating an improvement in the properties of treated wood.

Even though there is a great diversity of wood degradation agents, attack by biological origin is of great importance, since this does not depend only on their presence, as the existence of certain environmental hydrothermal conditions is necessary, this degradation greatly increases its Conservation is also associated with the natural resistance of wood to attack by biological agents, and its impregnability or ability to receive preservative treatments.

Among living beings, fungi - chromogenic fungi and fungi that cause different types of rot - play an important role in the degradation of wood, when temperature and oxygen conditions are suitable for them to act.

Likewise, subterranean termites – xylophagous insects – are also biological agents that cause damage, not only due to the volume of deteriorated woody material, but also by acting inside wooden pieces.

In addition to these issues associated with wood degradation, a review is also made of the evolution of wood preservation over time, also focusing on this evolution in Portugal.

Résumé

Le bois souffre de détérioration, car c’est un matériau naturel. Cette détérioration dépendra du temps et du type de conditions auxquelles il est exposé, ainsi que de l’essence de bois. Ainsi, sa modification – chimique, thermique, superficielle ou imprégnation – peut augmenter la durabilité naturelle du bois et donc améliorer ses propriétés au cours de son cycle de vie. Ce nouveau matériau ne doit pas, à la fin de son cycle de vie, présenter un plus grand danger environnemental que le bois non traité.

La plupart de ces modifications reposent sur la limitation de l’accès aux groupes hydroxyles (existant principalement dans la cellulose et les hémicelluloses) et qui sont principalement responsables de l’hygroscopique du bois, créant une amélioration des propriétés du bois traité.

Même s’il existe une grande diversité d’agents de dégradation du bois, l’attaque par origine biologique est d’une grande importance, car elle ne dépend pas seulement de leur présence, car l’existence de certaines conditions hydrothermales environnementales est nécessaire, cette dégradation augmente considérablement sa conservation. associé à la résistance naturelle du bois aux attaques par des agents biologiques et à son imprégnabilité ou sa capacité à recevoir des traitements de préservation.

Chez les êtres vivants, les champignons - champignons chromogènes et champignons responsables de différents types de pourriture - jouent un rôle important dans la dégradation du bois, lorsque les conditions de température et d’oxygène leur permettent d’agir.

De même, les termites souterrains – insectes xylophages – sont également des agents biologiques qui provoquent des dommages, non seulement en raison du volume de matière ligneuse détériorée, mais également en agissant à l’intérieur des pièces de bois. En plus de ces problèmes liés à la dégradation du bois, une revue est également faite de l’évolution de la préservation du bois au fil du temps, en se concentrant également sur cette évolution au Portugal.